O que leva uma adolescente de 13 anos a aceitar e acreditar que está com perda de audição? No início, pensava que eu tinha muita falta de atenção e que, quando alguém falava comigo e eu não compreendia, era porque eu estava distraída. Até que essas “distrações” se tornaram mais frequentes e chamaram a atenção dos meus pais. No fundo, eu sabia que algo de errado estava acontecendo comigo, mas não queria aceitar. Eu tinha certo tipo de “preconceito”, não queria me imaginar usando aparelho auditivo. Até que meus pais me convenceram a fazer uma audiometria (um exame que tem o objetivo de avaliar a capacidade do paciente para ouvir e interpretar sons). E, então, a realidade estava lá: perda auditiva neurossensorial biliteral de 40 decibéis. Eu não poderia mais enganar ou esconder de mim mesma os meus próprios problemas.
Lembro até hoje a primeira vez que coloquei os aparelhos auditivos. Fui com meu pai até a Av. Carlos Gomes para testar os barulhos em um local movimentado e fiquei muito chocada, estava ouvindo tudo! O barulho dos carros, motos, das pessoas andando e conversando, abri o maior sorriso na mesma hora.
Hoje, sou completamente dependente dos aparelhos, que me proporcionaram segurança e autoconfiança. Caso eu fique sem meus “filhotes”, eu fico completamente perdida, parece que parte de mim está faltando.
Post a comment