Blog

Minha História com a Diabetes

Lá estava eu, uma pequena criança, com seus quatro anos de idade, deitada em uma cama de hospital. Perdida, com medo, angustiada e sem entender o que se passava comigo e ao meu redor, eu apenas procurava olhar para os meus pais e buscar tranquilidade. Os dias foram passando no hospital, e eu fui entendendo um pouquinho mais do que estava acontecendo. Eu já sabia que não podia comer açúcar, e estava também me acostumando com as injeções diárias de insulina, com as picadas no dedo e com o monte de gente que vinha me visitar.

Depois que saí do hospital, minha vida nunca mais foi a mesma. Digo que a cada etapa da diabetes foi um crescimento e amadurecimento pessoal. Eu não era mais aquela criança que se preocupava apenas em não perder o horário do desenho favorito, mas também precisava me lembrar de medir minha glicemia nas horas certas, aplicar insulina depois de comer, trocar o cateter nos dias certos e regular minha alimentação. É claro que sempre tive a ajuda dos meus pais, jamais deixarei de agradecê-los. Mas com o passar dos anos, fui me tornando cada vez mais independente e hoje tenho muito orgulho de dizer que já viajei sem eles para muitos lugares e, inclusive, já fiz um intercâmbio. Isso é uma grande conquista para mim.

A minha diabetes já passou por diferentes tipos de tratamento. Logo quando saí do hospital, tomava injeções de insulina cada vez que comia ou se estava com a glicemia muito alta. Depois, passei a tomar duas pequenas injeções diárias, uma pela manhã e uma à noite, sempre fazendo testes de glicose para monitorar meu açúcar no sangue. Aos seis anos de idade, incrivelmente, passei a usar a bomba de insulina, o que era recomendado apenas para crianças com doze anos de idade. Felizmente, me adaptei muito bem com a então apelidada de “my little box”, pois não precisava mais aplicar injeções, ficava recebendo insulina vinte e quatro horas por dia e apenas trocava um cateter de cinco em cinco dias. Então, há quatro anos, veio a última descoberta que mudou a minha vida: uma nova bomba de insulina chamada “OmniPod”. Graças a essa bombinha, eu pude passar a viver mais independentemente, aprendi a trocar o cateter sozinha, que até então minha mãe que trocava e anteriormente aplicava as injeções, e pude viajar, passar mais do que cinco dias longe dos meus pais e ficar quanto tempo eu quisesse na piscina ou no mar! Além disso, eu ganhei muita qualidade de vida e minha diabetes passou a ficar muito mais controlada.

Agora estou aqui, uma jovem de dezoito anos que, olhando para aquela criança frágil de quatro anos, jamais imaginei que me tornaria uma pessoa independente, segura e forte.

Post a comment

Easysoftonic